Que bom que você está aqui!

É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!



Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!



Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!



Fraterno abraço!








Casa Rosada - sede do governo argentino. Em frente está a Praça de Maio. É um local em que é possível conhecer um pouco da história e da cultura argentina.

quinta-feira, 25 de março de 2010

100 anos de Tancredo e 25 de democracia

Prof. Nilton Bruno Tomelin*

Há quem diga que os tempos atuais estejam testemunhando uma deterioração política de nosso país, pela carência de líderes ou por situações que incidem em corrupção ou quebra de princípios éticos, por parte de notáveis figuras do poder. Evidentemente não é possível contestar fatos notórios e evidentes, mas é preciso analisar a questão com maior profundidade.

Estamos completando 25 anos de consolidação democrática, o mais longo da história, o que demonstra que estamos vivendo um tempo único. A liberdade de escolher, denunciar e exigir nunca fora dada com tanta intensidade na história brasileira. Não estamos, obviamente, vivendo a experiência ideal de democracia, mas, neste sentido, estamos vivendo nosso melhor tempo. O voto tem sido a garantia que todo o cidadão brasileiro tem de poder lançar o país noutros rumos. O que falta é uma formação efetiva deste cidadão para adequá-lo a este novo momento, o que parece estar distante de se concretizar.

Mas esta é outra luta que é possível pela sólida democracia que temos e pela coragem e empenho da escola e da família, ainda não consolidadas na prática da formação das futuras gerações. A garantia da constante consolidação democrática passa necessariamente pela qualidade com que as futuras gerações são formadas e pelo compromisso ético, da atual geração para com elas. Temos assim, um ciclo em que democracia e cidadania se constroem e se consolidam mutuamente.

Mas estes 25 anos foram construídos a muitas mãos. Mãos de estudantes, artistas, trabalhadores, intelectuais e líderes populares, que antes de concebê-los puseram em risco e até entregaram sua vidas à causa. Em função de sua postura de enfrentamento à covardia da ditadura, alguns destes líderes simplesmente desapareceram, como se tivessem sido apagados da vida e da memória brasileira. Personagens ocultos de uma história pouco contada! Sua imolação, constrange e intimida, mas ao mesmo tempo reflete o sentimento de que é preciso defender o Estado democrático de todas as formas. Assim suas convicções e sua luta não perdem o sentido e permanecem vivas pela história a fora.

Mas outros personagens, muitos é bom que se diga, agregaram em torno de si, praticamente toda a nação, e a conduziram a passos firmes, rumo ao que parecia intransponível. O regime sucumbiu e os generais com suas armas e com o apoio da elite direitista não puderam resistir. É bom que se diga, que a consolidação do regime ditatorial se deu pela intensa participação da direita elitista encastelada junto aos generais e camuflada como uma poderosa aliança convertida a um partido político, a qual ainda hoje tem suas sementes espalhadas pelo país.

Surge também, durante a ditadura, um poderoso movimento de oposição pela democratização do país. O MDB tinha em seus quadros figuras excepcionais, que além de atrair a simpatia popular, empunhavam corajosamente bandeiras como liberdade, democracia e cidadania. É neste caldo histórico, que se vê surgir, a moda mineira, o estadista Tancredo Neves. Presente nos fatos mais importantes da política nacional da segunda metade do século XX, passou despercebido pela ditadura, que sequer o cassou.

Consolidou-se como alternativa viável a uma grande aventura. Inicialmente pela eleição direta, no famoso e inesquecível movimento “Diretas Já”. Como relembrou o Senador Pedro Simon, seu amigo pessoal, Tancredo era contrário a eleição indireta para presidente, mas aceitou participar dela, pois estava convicto de que aquela seria a última da história brasileira. Tancredo e os líderes de oposição não fizeram isto sozinhos, ao contrário foram instrumentos de uma grande mobilização nacional, como dissemos, construída a muitas mãos. Mas sua liderança exerceu grande influência sobre os rumos tomados.

Há quem diga que se Tancredo tivesse assumido a Presidência da República, a realidade seria outra, a história teria sido diferente e que até ele não seria lembrado como herói. O fato é que hoje, a geração que se formou neste quarto de século, não aceitaria a hipótese de não poder escolher seus líderes. Esta geração está aprendendo inclusive a exigir que as urnas lhe ofereçam opções mais adequadas aos seus propósitos.

A memória de Tancredo, celebrada neste ano, pela passagem de seu centenário de nascimento, mantém viva a chama da confiança na democracia, na beleza da mobilização popular. Se hoje a melodia do hino nacional orgulha e emociona a cada brasileiro, é por que a nação aprendeu o quanto ele significa. As homenagens à Tancredo são extensivas a milhares de anônimos, em especial aos que tombaram, para que sua memória seja um sinal de indignação diante do que não vai bem e de esperança em relação ao futuro de uma nação construída em alicerces democráticos, cidadãos e libertadores.

* Texto publicado no Jornal do Médio Vale em 17.03.10

sábado, 13 de março de 2010

Enformados, Informados e (Trans)formados

Texto Publicado na Revista Gestão Universitária (Edição de Março de 2010)

O início de um ano letivo é sempre um tempo de surpresas, descobertas, novidades, incertezas. Para algumas crianças será a primeira oportunidade de pisar no chão de uma sala de aula, e para estas, estes sentimentos são ainda mais fluentes. Gera-se um clima de ansiedade, suspense, quase magia. Uma expectativa que se transfere também para a família, que está apresentando seu rebento a um novo mundo, a um novo lar. É algo realmente humano, este momento de mudança na vida de centenas de crianças.

Muitas outras, entretanto, retornarão a mesma rotina que freqüentam há anos. Nem sempre este retorno se reveste de bons sentimentos. Alguns chegam a afirmar que estão reiniciando a batalha, como se travassem uma verdadeira guerra contra aquilo que outrora se revestia de magia. Para muitos a magia se foi, o encantamento virou monotonia, o saber deixou a face da descoberta e ocupa a do fardo. Alguns retornam para repetir àquilo que não foram capazes de fazer no passado. Evidentemente, isto não exclui muitos educadores que somam décadas de trabalho e alguns dias de experiência. Aqueles que retornam para cumprir mais um passo em direção à aposentadoria.

Esta aridez, não é efetivamente o sentimento generalizado de educandos e educadores, mas arrasta o sonho, a magia de muitos pequeninos que vem sua esperança se esvaziar diante de tamanha sisudez. Surge a figura do “sistema” que dita regras que poucos sabem dizer da origem ou da sua implicação em favor da aprendizagem de crianças e adolescentes. O primeiro passo é, portanto, aparar arestas e colocar todos num formato parecido: enformar.

Como se sabe, de uma mesma fôrma, surgem objetos exatamente iguais. Sim, as crianças são objetos que, ao passar pela fôrma adquirem forma. A forma que o artista (educador) considera ideal. Se o artista for ousado, criativo e corajoso abandonará as fôrmas e se guiará por sua imaginação, por sua dialética e produzirá peças únicas, exclusivas, originais. Ao contrário, produzirá cópias frias de moldes arcaicos.

Após passar pela fôrma os objetos (crianças) serão devidamente decorados com o que estiver na moda. Moda esta, concebida pelo próprio artista, que se julga profundo conhecedor do belo. São as informações que aderem ao objeto sem necessariamente fazer parte dele. Estes adereços ajudam a facilitar a comercialização do objeto. Tornam-no apreciável aos olhos do mercado (de trabalho). O tempero necessário para que a apreciação atice a voracidade mercadológica, deve fazer com que os adereços atendam ao seu paladar. O tempero, que é o conhecimento permite que as crianças e adolescentes sejam informadas.

Mas o grande desafio está em preservar a esperança e a magia do primeiro dia em que cada criança pôs seus pés no chão de uma sala de aula. Tecnologias, materiais pedagógicos e estruturas físicas bem conservadas ajudam, mas não garantem o sucesso pedagógico diante do desafio. O ato educativo não é transferência, mediação ou condução. É antes de tudo um momento de intenso respeito e solidariedade em favor da vida manifestada em cada ser humano. Seres humanos, que a cada dia celebram um encontro único entre si e com o saber. E como em qualquer encontro, neste também deve haver interação, diálogo e os seus participantes sofrem grandes mudanças. Assim, ocorre na criança, no educador e no próprio saber, uma grande (trans)formação.

Como se vê, o início de um ano letivo pode ser o início de belas histórias de vida, transformando no presente, o futuro de uma geração. A esta esperança, educador algum deve renunciar e nenhuma criança pode ser privada. O primeiro e todos os dias letivos precisam ser dias de celebração da vida e de construção parceira e amorosa, de um bem-estar a que todo o ser tem direito.

Quem sou eu

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Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.