Que bom que você está aqui!

É com prazer que te recebo neste espaço! Esta "casa" virtual está em permanente construção e em cada "cômodo" há uma inquietante necessidade de fazer diferente! Meus textos, relatos e imagens buscam apresentar a você os passos que constituem minha caminhada pessoal, profissional e acadêmica. A partilha que faço não intui caracterizar-se por uma postura doutrinária, autoritária ou impositiva-opressora, mas ao contrário, apresenta-se como ato solidário (jamais solitário) de contribuição à discussões humanas, planetárias e éticas!



Como educador me vejo no compromisso de participar do processo histórico de libertação dos oprimidos, marginalizados e esquecidos, a começar por mim. Despindo-me de qualquer resquício de arrogância, prepotência e soberba apresento-me como aprendente num contexto de intensa renovação de conceitos e atitudes!



Assim convido-o a juntos pensarmos em nossa condição de partícipes da grande Salvação! Salvação plena do homem e da mulher místicos, políticos e planetários!



Fraterno abraço!








Casa Rosada - sede do governo argentino. Em frente está a Praça de Maio. É um local em que é possível conhecer um pouco da história e da cultura argentina.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Função social da escola: algumas interpretações

Dentre os muitos princípios que regem as instituições públicas está o de que elas devem apresentar e desempenhar uma função social relevante. Isto quer dizer que deve obrigatoriamente apresentar alguma aplicação junto a sociedade que lhe justifique a existência e o financiamento, visto que instituições públicas pertencem e são mantidas por esta sociedade. Assim um hospital tem por finalidade cuidar da saúde das pessoas; uma prisão a de manter afastados da sociedade elementos que lhe são nocivos; as praças a de promover momentos recreativos. A escola pública também deve ter a sua.
Digo deve ter, pois há uma verdadeira celeuma em torno da definição concreta da função social da escola. Na prática a escola pode ser um restaurante em que entre uma refeição e outra se ofereçam alguns conteúdos e/ou treinamentos; um clube em que se promovam eventos em que se estabeleça a socialização dos seus frequentadores; um centro social em que se promovam ações assistenciais como escovar os dentes, receber um traje passando pelo aconselhamento familiar. Mas isto é função social da escola pública?
Acredito que não seja possível responder a esta pergunta, mas podemos contribuir para que se faça uma discussão mais profunda sobre a real importância de uma instituição de ensino numa comunidade. Obviamente a merenda escolar, os uniformes, os eventos, as escovações e o acompanhamento familiar não podem ser omitidos, mas isto não pode ser a razão de ser da escola nesta comunidade. O centro das atenções pode e deve ser outro. Coincidentemente ou não cabe a escola participar e fomentar a formação de crianças e adolescentes, ou seja oferecer uma parte de sua educação.
Quando digo uma parte, é por que não há dúvida de que a família também e responsável pela educação e formação de seus filhos. É na família que ocorre o primeiro parto, o biológico, e a construção de relações sociais primárias, aquelas que servirão de base para as outras. É na família que se aprende a conviver, partilhar e agir solidariamente. Este aprendizado não se dá apenas na fase anterior a escola, mas ao longo de toda a vida. Portanto, escola não é segunda família, pois esta é única.
Cabe a escola, estabelecer um segundo parto onde munido de valores, o sujeito inicia seu contato com o saber, com sua construção e (trans)formação. Este é parto cidadão. É o momento em que o sujeito não apenas um ente de um corpo social (a família) e passa a ser um constituinte de um universo maior, do qual é responsável pela sua transformação. Compreender que escola e família são duas instituições com compromissos diferentes é essencial para que se possa definir a função social de ambas.
Especificamente em relação a escola, cabe-lhe a função de ser libertadora, transformadora e promotora da construção solidária (e não solitária) de sujeitos capazes e responsáveis por não se conformar com a realidade que se tem. Mais do que assistir ou cuidar de pessoas, a escola tem como compromisso, lançar crianças e adolescentes ao desafio de fazer diferente. De estabelecer um novo ethos, no qual a vida seja preservada em suas múltiplas expressões.
É função social da escola, promover a paz, a liberdade, o respeito, a justiça e a solidariedade. Porém estes valores precisam estar estabelecidos no sujeito antes de seu ingresso no espaço escolar. Com eles e com o seu aprimoramento a escola faz com que os saberes (conceitos) tenham uma nova significação. Direciona-os a promover a vida e a dignidade de tudo o que existe.
O que se percebe e se considera como equívoco de interpretação é na realidade uma verdadeira sobreposição de função. Uma escola menos assistencial e mais libertadora será capaz de formar sujeitos menos subservientes. Sujeitos que sejam livres o suficiente para jamais renunciar ao direito a liberdade. Sujeitos que não precisem do opressor para guiar seus passos, pois se veem em condições de pensar e refletir sobre sua própria função social.
Para tanto o sujeito precisa conhecer, interpretar, criar e estabelecer uma relação íntima de cumplicidade com o saber. Não pode ser apenas benificiário da clemência da aprovação em massa ou da nivelação pelo rendimento mínimo, mas pela postura ética de uma escola que o sensibilize para suas mazelas e o faça sentir-se prazerosamente envolvido pela necessidade de saber mais. E saber mais, não significa dominar um rol padrão de conceitos, mas os necessários a promoção de sua dignidade e de sua função no meio social. Em síntese pode-se dizer que a função social da escola é fazer com que cada sujeito descubra sua própria função social.

domingo, 9 de outubro de 2011

Dia do profissional da Educação: desafios e esperança!

Poucas são as pessoas que não tiveram contato com pelo menos um professor ou professora. Quem é professor(educador) sabe e já deve ter se dado conta da sua participação e até influência na vida das pessoas. A profundidade dessa participação e dessa influência merece ser considerada, pois é a partir dela que se estabelecem todas as relações entre o educador e a sociedade.

O que tem comprometido a qualidade destas relações é a distorção da real função do educador no atual contexto. A “ imposição” da condição de segunda família à escola, a transforma num local onde o exercício da profissão de educador se torna um desafio cada vez menos atingível. Como ministrar conceitos científicos num ambiente onde é necessário executar tarefas essencialmente da família? O que fazer diante de famílias que assumidamente não sabem o que fazer com seus filhos? Como tratar de valores com os filhos de quem apenas procura por culpados de seus próprios erros?

Embora estejamos falando de uma minoria não estamos falando de exceções. A cada dia se percebe crescente, a absoluta renúncia familiar à condição de formadora de valores e atitudes como respeito, tolerância, responsabilidade e comprometimento. O que chama a atenção neste sentido é que esta minoria tem crescido constantemente pela comodidade das famílias e pelo conformismo dos educadores.

O trabalho, a mídia e o excessivo assistencialismo contribuem para acomodar ainda mais a família justificando inclusive sua renuncia a condição de provedora econômica e moral das próximas gerações. Transfere-se esta tarefa ao Estado e à escola, e por conseguinte a maternidade e a paternidade ao educador e à educadora. Estes por conformismo e por opção histórica, assumem-se vocacionados à tarefa. Une-se assim, o “útil ao agradável”.

Esta condição faz do educador um profissional sem uma identidade clara. Impõe-se sobre ele a formação acadêmica, intelectual, moral, social, política e religiosa de crianças e adolescentes. A família limita-se a função de culpar a escola e os educadores por aquilo que ela própria deixou de fazer. Estabelece-se uma relação adversa onde a cada geração, percebem-se fenômenos como a fragilização da autoridade do educador e a desarticulação da estrutura familiar.

Sem referências e sem compreender os limites da liberdade, cada geração dificultará ainda mais o exercício da profissão de educador. A esperança que resta, é que ainda estamos falando de uma minoria. Não há dúvidas de que a grande parceira da escola é a família. Pais e educadores sintonizados podem garantir uma formação ampla, digna e completa às futuras gerações. Esta sintonia se traduz pelo respeito mútuo e pela identificação de funções que cada um deve exercer.

Assim, os verdadeiros e únicos “amigos da escola” são as famílias e sua maior homenagem aos educadores será o de cumprir sua função. Desta forma o educador poderá exercer a sua função e todos saberão o quanto vale uma família e um educador. Desta forma, celebrar o dia do educador é também celebrar a sensibilização de que este é um profissional que necessita de condições morais para exercer seu trabalho.

Quem sou eu

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Benedito Novo, Santa Catarina, Brazil
Sou Mestre em educação, graduado em Biologia e Matemática, professor da rede estadual de Santa Catarina, com experiência em educação a distância, ensino superior e pós-gradução. Sou autor e tutor de cursos na área da educação no Instituto Veritas (Ascurra) e na Atena Cursos (Timbó). Também tenho escrito constantemente para a Coluna "Artigo do Leitor" do "Jornal do Médio Vale" e para a revista eletrônica "Gestão Universitária". Fui diretor da EEB Frei Lucínio Korte (2003-2004) e secretário municipal da Educação e Promoção Social de Doutor Pedrinho (2005). Já atuei na rede municipal de ensino de Timbó. Em 2004 coordenei a campanha que conduziu à eleição do Prefeito Ercides Giacomozzi (PMDB) à prefeitura de Doutor Pedrinho. Em 2011 assumi pela segunda vez, a direção da EEB Frei Lucínio Korte.